Até que ponto o resultado da pesquisa eleitoral é confiável?

Desde o resultado das eleições no último dia 2 de outubro, uma dúvida foi reforçada na mente das pessoas acerca da pesquisa eleitoral: como é possível que os resultados sejam tão discrepantes? Principalmente do que acompanhamos no mapeamento de intenção de voto

Na verdade, para quem teve um ou dois dedos de prosa com amigos, familiares e colegas de trabalho sobre o tema, pode ser que o debate tenha surgido antes mesmo do resultado.

É bem provável que você já tenha ouvido alguém dizer – ou que você tenha dito – que nunca participou de uma dessas pesquisas. Há quem sequer conheça alguém que participou. E a dúvida só cresceu no último domingo a cada vez que a contagem dos votos foi atualizada.

A desconfiança chegou a tal patamar que fora protocolado requerimento de instauração de uma CPI sobre o tema. A investigação seria uma forma de questionamento aos métodos de apuração das pesquisas eleitorais realizados pelos institutos brasileiros de pesquisa. O pedido foi feito pelo Senador Marcos do Val, feito na segunda-feira, dia seguinte à eleição.

Apesar de ter sido descartada pelo Presidente da Câmara, Arthur Lira, o ato junto a outras ações discutidas por parlamentares, aumenta a sensação de desconfiança em relação às pesquisas eleitorais.

Contudo, quando falamos em pesquisas eleitorais, existem alguns critérios e pontos que precisam ser esclarecidos antes de julgarmos a sua confiabilidade.

Como são feitas as pesquisas eleitorais?

Uma pesquisa eleitoral consiste em uma investigação realizada para identificar a preferência de voto dos eleitores.

As pesquisas são feitas, geralmente, nos meses que antecedem a eleição. Assim, servem como um termômetro que indica a preferência de voto dos eleitores e possibilidades de eleição dos candidatos.

A pesquisa eleitoral segue alguns passos importantes, tais como:

Questionário

O questionário é a base da pesquisa. Nele, será identificado o objeto da investigação.

Ou seja, todos os assuntos que a pesquisa quer abraçar.

Ele é uma ferramenta composta de determinado número de questões, que podem ser abertas, fechadas ou mistas.

Amostragem

A amostragem é a forma utilizada para definir o grupo de pessoas que será ouvido na pesquisa. Ela é definida por idade, escolaridade e renda. Para cada região do país existe uma proporção da amostragem dentro da margem de erro definida.

No caso da pesquisa eleitoral de intenção de votos, o grupo deve ser proporcional ao número de eleitores brasileiros. Assim, se no Brasil existe um público de 53% de eleitoras e 47% de eleitores, por exemplo, o grupo definido precisa seguir essa mesma proporção.

Escolha dos eleitores entrevistados

A escolha dos entrevistados é aleatória, feita através de sorteio ou sistema de cota. Ou seja, não é alguém que indica quais pessoas vão participar ou não.

Também não há a possibilidade de realizar a entrevista com base em um quadro de voluntários interessados.

E quando alguém diz que não conhece ninguém ou nunca foi entrevistado em pesquisa eleitoral? Isso ocorre porque a probabilidade de ser escolhido é de 0,002%. Trocando em miúdos, isso é o mesmo que ganhar na Mega Sena!

A chance de ser entrevistado ou conhecer alguém é mesmo bem pequena – e, por isso, se você for convidado(a) a participar de uma pesquisa eleitoral, sinta-se uma pessoa privilegiada.

Coleta de dados nas entrevistas

A coleta de dados é a forma com que as respostas dos eleitores são coletadas. Existem várias que podem ser adotadas, conforme o método indicado para a demanda, pela empresa promotora da pesquisa.

Possibilidades recorrentes são:

Entrevista

Pode ocorrer de maneira direta, aplicando-se o questionário, ou através de diálogo entre pesquisador e entrevistado. Neste último caso, será realizada face a face, seguindo um roteiro pré-definido que pode ser flexível, conforme o desdobramento da conversa.

Telefonema

A pesquisa eleitoral é realizada através da ligação e as respostas do entrevistado são anotadas. Podem ser com operadores reais ou em pesquisas automatizadas, que precisam de digitação de números para obtenção e gravação das respostas.

Internet

Um dos sistemas mais eficientes, rápidos, práticos e com segurança garantida dos dados coletados. Pode ser realizada através de WhatsApp, e-mail ou via redes sociais. É uma maneira que caminha junto com a tecnologia e facilita a participação das pessoas.

Ponto de Fluxo

Quando os agentes de pesquisa ficam em locais estratégicos para realizar a aplicação do questionário ou da forma escolhida para captação das respostas.

O registro da pesquisa eleitoral é fundamental para sua confiabilidade

Outro aspecto que faz parte do processo de realização das pesquisas é a obrigatoriedade de registro no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle).

Qualquer entidade ou empresa que realiza pesquisas de opinião pública de caráter eleitoral precisa realizar esse cadastro junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A norma está prevista no artigo 33 da Lei das Eleições, nº 9.504/1997.

Todos esses aspectos, por si só, já reforçam e aprovam os cuidados e processos necessários que são adotados para que a pesquisa seja um retrato fiel da realidade. Ainda assim, existem alguns desafios enfrentados por essas empresas, que surtem efeitos nos resultados, como o índice de eleitores que participam da pesquisa, mas não votam efetivamente no dia (por motivos de viagem, doença, etc.).

Outro caso comum é também a dificuldade em alcançar determinados públicos, a depender da forma como a pesquisa for realizada. Por exemplo, a pesquisa presencial é dificultada quando é necessária a entrada em blocos e condomínios de prédios.

Além desses pontos, os participantes sempre podem mudar de opinião no espaço de tempo entre a realização da pesquisa e da efetiva votação nas urnas.

Todos esses aspectos influenciam imediatamente na margem de erro da pesquisa.

O que é essa tal margem de erro?

Como toda pesquisa é feita a partir de uma amostra, ou seja, a partir de uma parcela da população eleitoral, é preciso levar em conta que sempre existirá uma margem de erro.

Margem de erro é uma estatística que calcula o número possível de erros nos resultados da pesquisa em questão. Ou seja, significa o nível de precisão que uma pesquisa possui. Ela sempre levará em conta os dados que foram coletados e analisados (você pode ler mais sobre como a margem de erro funciona clicando aqui).

Em toda pesquisa será apontada a margem de erro. Idealmente, ela deve ser a menor possível, considerando as condições disponíveis para a realização da pesquisa.

E é por isso que, quando se resume uma pesquisa eleitoral à uma visão futura das eleições, desconsidera-se todas as variáveis que a compõem. O resultado disso é o senso comum de que uma pesquisa eleitoral é como a previsão de uma bola de cristal. 

As pesquisas eleitorais são basilares e fortes indicadores dos resultados das urnas, e devem ser sempre compreendidas em sua totalidade para que possam alcançar os objetivos pretendidos.

Assim, as empresas que realizam esse tipo de trabalho precisam ter comprometimento, seguir regras e critérios claros e precisos para efetuá-lo bem e conseguir obter as menores margens de erro possíveis.

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